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Podemos considerar atípico um jogo entre rivais sem reclamação contra a arbitragem

Foi gol? A bola entrou? O goleiro estava com pé na linha? O zagueiro estava dentro do gol? Essas são as perguntas que vamos nos fazer por algum tempo depois desse último clássico entre América e Atlético, no Independência.

A meu ver, os dois lances foram gols. O excelente árbitro Igor Junio Benevenuto e o auxiliar Guilherme Dias Camilo acertaram ao validar o gol do Atlético, mas erraram no do América. Se Benevenuto estivesse de frente para o lance do Coelho, validaria a finalização de Marquinhos, mas, do ângulo de visão dele no momento, era difícil ver que o zagueiro Gabriel tirou a bola depois da linha.

Certo é que, sem toda essa confusão, o resultado do clássico seria diferente. Um gol de empate aos quatro minutos do segundo tempo dá ânimo a qualquer jogador. Não digo que o América venceria a partida, mas inevitavelmente a história não seria a mesma.

Na verdade, o clássico só acaba uma semana depois da partida. De um lado, o presidente do Coelho, Marcus Salum, reclamando. Do outro, o auxiliar Guilherme Dias Camilo alegando na súmula que o dirigente o ofendeu dizendo: “Você é um vagabundo!”. Ainda há muita água para rolar sobre esse jogo.

É importante ressaltar que toda a polêmica tem se baseado em imagens de televisão. Como um homem da TV, respeito as imagens produzidas, mas destaco que são frutos de uma ilha de edição. O que devemos levar em conta é o ângulo da imagem do “ao vivo”, que, para mim, mostra que os dois gols são legais.

A polêmica na arbitragem é quase um elemento obrigatório nos clássicos mineiros. O dia em que uma partida envolvendo rivais terminar sem nenhuma reclamação quanto ao “dono do apito”, podemos considerar um jogo atípico.

Ainda que as diretorias não esbravejem nos microfones, o torcedor nunca estará satisfeito. Faz parte. Arrisco até a dizer que a graça do futebol está justamente nesses momentos.

Apesar disso, sou completamente a favor do árbitro de vídeo. Precisamos do uso da tecnologia em casos como esses. É inadmissível jogar toda a responsabilidade de lances tão difíceia nas costas de árbitros e auxiliares. Mas também não culpo os clubes, inclusive América, Atlético e Cruzeiro, por terem votado “não” pelo uso do árbitro de vídeo no Brasileirão deste ano. Empurrar o altíssimo custo da implantação para os clubes, com o orçamento que a CBF tem, é vexatório.

Ainda sobre o clássico, é preciso destacar a atuação do argentino Tomás Andrade, que estreou com a camisa do Galo e agradou a torcida. O meia precisou apenas de dez minutos para ser decisivo em dois gols do Atlético! Quem sabe não surgiu o novo camisa 10 que a diretoria tanto procura? Vamos aguardar!

Tamo junto e até a próxima!


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